domingo, 11 de junho de 2017

OAB repudia qualquer investigação ilegal contra ministro do STF

Brasília - O presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, manifestou por meio de nota oficial na tarde deste sábado (10) seu repúdio às denúncias publicadas pela revista Veja de que o governo teria usado agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. Segundo Lamachia, "se for confirmada a denúncia de que o presidente da República usa órgãos de Estado, como a Abin, para conduzir investigações políticas contra algumas autoridades, estaremos diante de um ataque direto ao Estado Democrático de Direito". Confira abaixo a íntegra da nota:

"A OAB repudia, com veemência, qualquer investigação ilegal contra ministro do Supremo Tribunal Federal, especialmente quando articulada por agentes públicos que possuem o dever de salvaguardar o Estado de Direito.

O país passa por um momento de turbulência e crise. No entanto, um grande patrimônio conquistado nas últimas décadas é a solidez da nossa democracia e de nossas instituições. Não podemos deixar que um momento de instabilidade provoque prejuízos permanentes. É preciso preservar as instituições e a lei, sob pena de termos retrocessos nos valores democráticos e republicanos que asseguram a continuidade e o desenvolvimento do Estado brasileiro.

O Estado Policial, próprio de ditaduras, sempre foi e sempre será duramente combatido pela OAB, em qualquer de suas dimensões, e, mais grave ainda, quando utilizado por órgão de investigação estatal com o fito de constranger juízes da Suprema Corte e subverter a ordem jurídica.

Se for confirmada a denúncia de que o presidente da República usa órgãos de Estado, como a Abin, para conduzir investigações políticas contra algumas autoridades, estaremos diante de um ataque direto ao Estado Democrático de Direito. Não podemos aceitar que o Supremo Tribunal Federal seja vítima de arapongagem política. É preciso esclarecer os fatos e, se as acusações forem confirmadas, punir os responsáveis, pois ninguém está acima das leis e da Constituição da República."

Fonte: CLAUDIO LAMACHIA, presidente nacional da OAB"

Lamachia reafirma posição do Conselho Pleno sobre Quinto Constitucional em todos os tribunais

Brasília – O presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, reafirmou neste domingo (11), necessidade de que o Quinto Constitucional seja ampliado para todos os tribunais superiores, como defende o Conselho Pleno da entidade.

O Quinto Constitucional é um importante mecanismo para que os tribunais sejam compostos por integrantes da advocacia capazes de dar às instituições o complemento necessário para vencer os problemas econômicos, políticos, éticos e morais que fazem parte do nosso cotidiano, especialmente em momentos tão frágeis e tormentosos como o que enfrentamos. 

Atualmente apenas os Tribunais de Justiça; Tribunais Regionais Federais; Tribunais Regionais do Trabalho; Tribunal Superior do Trabalho e o Superior Tribunal de Justiça contam com o Quinto Constitucional para a composição de seus quadros de julgadores. O Conselho Pleno da OAB tem posição clara sobre o tema, inclusive recomendando a defesa do Quinto para a formação do Tribunal Superior Eleitoral. 

Conforme Lamachia, “é absolutamente necessário que seja realizada uma alteração na Constituição Federal, para que a advocacia passe a integrar, a partir do Quinto Constitucional, todos os tribunais superiores. A presença de representantes da advocacia indicados pela OAB nesses tribunais propicia o estabelecimento de um filtro harmonioso, além de estabelecer um saudável arejamento a Justiça como um todo”. 

Fonte: OAB Conselho Federal

STF atende OAB e declara constitucionalidade da Lei de Cotas no serviço público federal

Brasília – O presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, comemorou nesta quinta-feira (08), a decisão do Supremo Tribunal Federal, que concluiu o julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 41 e reconheceu a validade da Lei 12.990/2014, que reserva 20% das vagas oferecidas em concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal direta e indireta, no âmbito dos Três Poderes. A decisão foi unânime.

"É com muita satisfação que recebo a decisão do Supremo Tribunal Federal em confirmar a constitucionalidade da Lei de Cotas, que prevê a reserva de 20% das vagas em órgãos públicos federais para negros”, afirmou Lamachia.

O presidente relembrou que o STF tomou a decisão em ação proposta pela OAB, com base no trabalho da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil. Lamachia fez uma saudação especial ao presidente da comissão, Humberto Adami, pelo seu trabalho abnegado na defesa do tema.

Lamachia esclareceu ainda que a posição do Judiciário não vinha sendo uniforme, o que tem gerado situações de insegurança jurídica em concursos públicos federais. Além disso, declarações de inconstitucionalidade da Lei de Cotas por outras instâncias da Justiça contrariavam a posição do próprio STF pela validade das cotas.

A lei pretende criar ações afirmativas de combate à desigualdade racial e proporcionar mais representatividade aos negros e pardos no serviço público federal. O processo de inclusão passa pela ampliação de oportunidades oferecidas pelo sistema escolar, pelo estado e pelo mercado de trabalho.

“Dessa forma, a decisão do STF reforça ações que combatem a desigualdade, o que deve ser muito festejado por toda a sociedade. Hoje foi dado mais um passo em direção à igualdade de oportunidades num país que ainda sofre com a desigualdade", ressaltou Lamachia.

O ex-presidente nacional da entidade e presidente da Comissão Nacional de Direito Constitucional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coelho, afirmou que a decisão é “uma histórica vitória da afirmação da igualdade de todos os brasileiros. Uma dívida histórica do Brasil. A nação fica mais republicana com essa decisão”.

Já, Humberto Adami, comemorou a decisão e afirmou que outras ações afirmativas virão em breve para a população afrodescendente e de toda a população brasileira.

O julgamento teve início em maio, quando o relator, ministro Luís Roberto Barroso, votou pela constitucionalidade da norma. Ele considerou, entre outros fundamentos, que a lei é motivada por um dever de reparação histórica decorrente da escravidão e de um racismo estrutural existente na sociedade brasileira. Acompanharam o relator, naquela sessão, os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Rosa Weber e Luiz Fux.

Na sequência do julgamento na sessão desta quinta (8), o ministro Dias Toffoli lembrou, em seu voto, que quando exercia a função de advogado-geral da União, já se manifestou pela compatibilidade de ações afirmativas – como a norma em questão – com o princípio da igualdade. Para o ministro, mais do que compatível com a Constituição, trata-se mesmo de uma exigência do texto maior, em decorrência do princípio da isonomia prevista no caput do artigo 5º.

Esse entendimento, inclusive, prosseguiu o ministro, está em sintonia com a jurisprudência do STF, que já confirmou a constitucionalidade da instituição da reserva de vaga para portador de deficiência física, bem como a constitucionalidade do sistema de cotas para acesso ao ensino superior público.

O ministro explicou, contudo, que seu voto restringe os efeitos da decisão para os casos de provimento por concurso público, em todos os órgãos dos Três Poderes da União, não se estendendo para os Estados, Distrito Federal e municípios, uma vez que a lei se destina a concursos públicos na administração direta e indireta da União, e deve ser respeitada a autonomia dos entes federados.

O julgamento do Supremo na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 186, quando foi confirmada a constitucionalidade do sistema de cotas raciais para ingresso nas universidades públicas, foi citada pelo ministro Ricardo Lewandowski em seu voto. Ele recordou que em sua gestão à frente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), foi editada a Resolução 203/2015, que reservava 20% de vagas para os negros no âmbito do Poder Judiciário. A resolução levou em conta, segundo ele, o primeiro censo do Judiciário realizado pelo Conselho, que apontou que apenas 1,4% dos juízes brasileiros se declararam negros, e apenas 14% pardos, dados que divergiam dos números do censo demográfico brasileiro de 2010, do IBGE, segundo o qual o percentual da população brasileira que se declarou negra foi de 7,6% e parda 43,1%.

O ministro Marco Aurélio revelou que, nos anos de 2001 e 2002, quando ocupou a presidência do STF, e diante de quadro que persiste até os dias atuais, determinou que fosse inserida em edital para contratação de prestadores de serviço a exigência de reserva de 30% das vagas para prestação de serviços por negros. Para o ministro, uma sociedade justa e solidária repousa no tratamento igualitário, mas é notória a falta de oportunidade para os negros, frisou o ministro, concordando que as estatísticas sobre a questão são vergonhosas.

O decano do Supremo, ministro Celso de Mello, iniciou seu voto citando a história do advogado Luiz Gama (1830-1882), que ficou conhecido como advogado dos escravos, para demonstrar “como tem sido longa a trajetória de luta das pessoas negras em nosso país na busca não só de sua emancipação jurídica, como ocorreu no século XIX, mas de sua emancipação social e de sua justa, legítima e necessária inclusão”.

Ao defender as políticas de inclusão, o decano salientou que de nada valerão os direitos e de nenhum significado serão revestidas as liberdades se os fundamentos em que esses direitos e liberdades se apoiam, além de desrespeitados pelo Poder Público ou eventualmente transgredidos por particulares, também deixarem de contar com o suporte e o apoio de mecanismos institucionais, como os proporcionados pelas políticas de ações afirmativas.

Para o ministro, “sem se reconhecer a realidade de que a Constituição impõe ao Estado o dever de atribuir a todos os que se situam à margem do sistema de conquistas em nosso país a condição essencial de titulares do direito de serem reconhecidos como pessoas investidas de dignidade e merecedoras do respeito social, não se tornará possível construir a igualdade nem realizar a edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária, frustrando assim um dos objetivos fundamentais da República, a que alude o inciso I do artigo 3º da Carta Política”.

Com base não só nos fundamentos já trazidos por todos os ministros, mas também no princípio do direito à busca da felicidade, o ministro se manifestou pela constitucionalidade de medidas compensatórias como a inserida na lei em questão.

Ao também reconhecer a constitucionalidade da norma em debate, a ministra Cármen Lúcia salientou que muitas vezes o preconceito – contra negros ou contra mulheres, entre outros – é insidioso e existe de forma acobertada, e outras vezes é traduzido em brincadeiras, que nada mais são do que verdadeiras injúrias, que indignam. Para a presidente do Supremo, ações afirmativas como a que consta da Lei 12.990/2014 demonstram que "andamos bem ao tornar visível o que se passa na sociedade".

Fonte: Com informações do STF e Correio Braziliense.

Confira as principais notícias do período entre 2 a 8 de junho

Brasília - Confira a seção OAB em Movimento desta semana, que apresenta as principais notícias da advocacia e da cidadania protagonizadas pela Ordem. Na pauta, OAB vai ao TRF-4 para garantir uso de celular por advogado em sala de audiência, STF atende OAB e declara constitucionalidade da Lei de Cotas no serviço público federal, especialistas da OAB debatem bloqueio do Whatsapp em audiência pública no STF, abertas as matrículas para três cursos de extensão do convênio entre ENA e SAT, o artigo “Crise e superação”, do presidente Claudio Lamachia, comissão apresentará proposta para nova diretriz curricular do curso de Direito e vagas de estágio em direito do comércio internacional, entre outros assuntos.

Crise e superação

Confira o artigo de autoria do presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, publicado na edição deste domingo do jornal Diário Catarinense. Leia aqui o artigo.

Uso de celular

A OAB Nacional ingressou em uma causa no Tribunal Federal da 4ª Região (TRF-4) contrária à negativa de entrada de um advogado com telefone celular em sala de audiência. O pleito nasceu na OAB-PR, que requereu a reconsideração da proibição, mas foi indeferida. Diante da negativa, o presidente da OAB Nacional, Claudio Lamachia, esteve em audiência na segunda-feira (5) com o desembargador federal João Pedro Gebran Neto. Leia mais aqui.

Lei de Cotas

O presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, comemorou nesta quinta-feira (08), a decisão do Supremo Tribunal Federal, que concluiu o julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 41 e reconheceu a validade da Lei 12.990/2014, que reserva 20% das vagas oferecidas em concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal direta e indireta, no âmbito dos Três Poderes. A decisão foi unânime. Leia mais aqui.

Protagonismo

Teve início ontem (1º), na capital rondoniense, a XIII Conferência da Advocacia de Rondônia e o XVI Encontro Nacional da Jovem Advocacia. Com a finalidade de debater as demandas e expectativas dos advogados em início de carreira e dos demais profissionais, os eventos reúnem profissionais do estado e de todo o Brasil e seguem até o sábado (3). Leia mais aqui.

Bloqueio do Whatsapp

Os advogados Alexandre Rodrigues Atheniense, membro da Comissão Especial de Direito da Tecnologia e Informação da OAB Nacional, e Claudia Lima Marques, da Comissão de Direito do Consumidor, representaram a entidade nesta segunda-feira (5) durante o segundo e último dia da audiência pública sobre o Marco Civil da Internet e a possibilidade de decisões judiciais impedirem o funcionamento do WhatsApp. A audiência começou na última sexta-feira. Leia mais aqui.

Diretriz curricular

A OAB Nacional irá criar um canal para receber sugestões que serão avaliadas para elaborar uma proposta de nova diretriz curricular para o curso de Direito. A decisão nasceu como resultado da segunda audiência que discute as diretrizes curriculares nacionais do curso de Direito, realizada na tarde desta terça-feira (6) na sede do Conselho Federal, em Brasília, que foi presidida por Marisvaldo Cortez, presidente da Comissão Nacional de Educação Jurídica. Leia mais detalhes aqui.

Cursos de extensão

Estão abertas as inscrições para novas turmas de três cursos de extensão oferecidos em parceria entre a Escola Nacional de Advocacia e o SAT Educacional. Com previsão de início em 30 de junho, os cursos são: Gestão e Direito da Saúde, Direito de Energia e Sustentabilidade, e Direito Educacional. Saiba mais aqui.

Anape

O presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, participou nesta terça-feira (7) da cerimônia de posse da nova diretoria e dos Conselhos Deliberativo, Fiscal e Consultivo da Associação Nacional dos Procuradores de Estados e do Distrito Federal (Anape). Saiba mais detalhes aqui.

Reforma tributária

A OAB Nacional realizou nesta quarta-feira (7) o Seminário Reforma Tributária, que reuniu especialistas de diversas áreas para debater o tema. Durante todo o dia, foram debatidas questões atuais sobre o sistema tributário brasileiro e apresentadas propostas para mudanças. Leia mais aqui.

Comércio internacional

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e a Divisão de Contenciosos Comerciais do Ministério das Relações Exteriores (MRE/DCCOM) anunciam a abertura de duas vagas para o Programa de Estágio da Divisão de Contenciosos Comerciais do Ministério das Relações Exteriores, no âmbito do Protocolo de Intenções entre o Conselho Federal da OAB e o Ministério das Relações Exteriores. Saiba mais detalhes aqui.

Fonte: OAB Conselho Federal

Em Campo Grande-MS, Lamachia destaca papel da OAB no combate a corrupção

Campo Grande (MS) - “A advocacia brasileira hoje tem sido chamada como nunca a participar de debates nacionais, a par de nós, defendermos os princípios constitucionais...”, ressaltou o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB) durante a abertura da XIV Conferência Estadual da Advocacia de Mato Grosso do Sul, na noite desta quinta-feira (08).

Lamachia, que chegou à Conferência acompanhado do Presidente da OAB, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS), Mansour Elias Karmouche, destacou ainda a importância que a OAB tem em defender hoje, a "limpeza necessária no cenário brasileiro".

“Nós vemos hoje um quadro político se agravando. Nós vemos também, uma classe política colocada em cheque, em função de diversas denúncias e precisamos desta depuração. O Brasil precisa disso, é um momento ímpar que nós temos de vivenciar e vencer exatamente esta verdadeira cruzada contra a corrupção e contra a impunidade”, salientou.

O presidente do CFOAB disse ainda que a OAB tem enfrentado os desafios do quadro nacional “que não são poucos, a partir, exatamente desse sentimento de união nós temos hoje entre os advogados e os dirigentes de Ordem”.

Ele aproveitou o ensejo e convidou a classe jurídica para a Conferência Nacional da Advocacia. “Essa representação que faço hoje aqui no Mato Grosso do Sul é a representação de mais de 1 milhão de brasileiros advogados, que trazem o seu abraço à extraordinária Diretoria da OAB de Mato Grosso do Sul. Este evento é uma Conferência que está preparando os temas para a nossa Conferência Nacional, portanto também, fica aqui o convite a todos os advogados  e advogadas de Mato Grosso do Sul para que estejam conosco nessa caminhada”.

Vale ressalta que a Conferência Nacional da Advocacia será realizada de 27 a 30 de novembro em São Paulo.

Fonte: Ascom OAB-MS

OAB e MRE oferecem duas vagas de estágio em direito do comércio internacional

Brasília – O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e a Divisão de Contenciosos Comerciais do Ministério das Relações Exteriores (MRE/DCCOM) anunciam a abertura de duas vagas para o Programa de Estágio da Divisão de Contenciosos Comerciais do Ministério das Relações Exteriores, no âmbito do Protocolo de Intenções entre o Conselho Federal da OAB e o Ministério das Relações Exteriores.

O Programa de Estágio tem por objetivo desenvolver e complementar a educação e treinamento de advogados na área de direito do comércio internacional. Ele será realizado entre os dias 4 de setembro e 1º de dezembro de 2017, na Divisão de Contenciosos Comerciais do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília. O estágio não é remunerado e não configura vínculo empregatício. O Conselho Federal da OAB e o MRE não se responsabilizam por quaisquer gastos referentes à passagem, hospedagem, alimentação e seguro saúde. Tais despesas deverão ser custeadas pelo candidato selecionado ou pelo escritório em que trabalha.

Os requisitos para concorrer às vagas são: nacionalidade brasileira; ser advogado com inscrição regular na OAB (será dada preferência a candidatos que tenham concluído ou estejam cursando pós-graduação, principalmente em Comércio Internacional); fluência em inglês (comprovada por meio de certificados de proficiência, certidões de Escolas de Idioma ou qualquer documento que comprove a fluência no idioma); boa capacidade analítica e de pesquisa; e interesse em temas de comércio internacional e no direito da OMC.

Serão necessários também a apresentação de documentação comprobatória dos requisitos bem como cópia do currículo em português e inglês, carta de motivação, justificando o interesse em participar do programa, o potencial benefício da conclusão do programa para o candidato e para o respectivo escritório de advocacia (se o candidato estiver vinculado a algum escritório) e uma ou mais cartas de recomendação, subscritas por profissionais com supervisão direta sobre o candidato.

A documentação deverá ser encaminhada ao endereço eletrônico ri@oab.org.br com cópia ao oab.international@gmail.com, no período compreendido entre 12 e 30 de junho de 2017, com o seguinte título: “Seleção DCCOM. Nome do candidato”.

Clique aqui para ler o edital completo ou leia abaixo:

EDITAL

Programa de Estágio 

Conselho Federal da OAB e Divisão de Contenciosos Comerciais do Ministério das Relações Exteriores (MRE/DCCOM)

4 de setembro a 1º de dezembro de 2017 

Brasília/DF

1.Descrição

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e a Divisão de Contenciosos Comerciais do Ministério das Relações Exteriores (MRE/DCCOM), divulgam a oferta de 2 (duas) vagas para o Programa de Estágio da Divisão de Contenciosos Comerciais do Ministério das Relações Exteriores, no âmbito do Protocolo de Intenções entre o Conselho Federal da OAB e o MRE.

O Programa de Estágio que tem por objetivo desenvolver e complementar a educação e treinamento de advogados na área de direito do comércio internacional, será realizado entre os dias 4 de setembro a 1º de dezembro de 2017, na Divisão de Contenciosos Comerciais do Ministério das Relações Exteriores, localizada em Brasília/DF.

O referido Estágio não é remunerado e não configura vínculo empregatício. O Conselho Federal da OAB e o MRE não se responsabilizam por quaisquer gastos referentes à passagem, hospedagem, alimentação e seguro saúde. Tais despesas deverão ser custeadas pelo candidato selecionado ou pelo escritório em que trabalha.

A primeira etapa de seleção será realizada pelo Conselho Federal da OAB, por meio de sua Comissão Nacional de Relações Internacionais, que receberá, via e-mail, a documentação dos advogados interessados em participar do referido Programa de Estágio, conforme informações abaixo.

Ao término do Programa de Estágio, o candidato selecionado deverá encaminhar ao Conselho Federal da OAB relatório das atividades desenvolvidas durante o período do programa. O participante terá até o dia 20 de janeiro de 2018 para enviar o relatório à OAB.

Além disso, poderá ser emitido certificado de conclusão, pela DCCOM, indicando o período do estágio e as atividades desempenhadas. A critério da DCCOM, esse certificado poderá recomendar o advogado ao Programa de Formação Complementar e Pesquisa em Comércio Internacional, desenvolvido pela Missão do Brasil junto à OMC em Genebra.

2. Requisitos para candidatura

2.1. Nacionalidade brasileira;

2.2. Ser advogado com inscrição regular na OAB. Preferência será conferida a candidatos que tenham concluído ou estejam cursando pós-graduação, principalmente em Comércio Internacional;

2.3. Fluência em inglês (comprovada por meio de certificados de proficiência, certidões de Escolas de Idioma ou qualquer documento que comprove a fluência no idioma); 

2.4. Boa capacidade analítica e de pesquisa; e

2.5. Interesse em temas de comércio internacional e no direito da OMC.

3. Documentos para candidatura 

3.1. Curriculum Vitae em português e inglês;

3.2. Carta de motivação em inglês, justificando o interesse em participar do referido Programa, o potencial benefício da conclusão do Programa para o candidato e para o respectivo escritório de advocacia (se o candidato estiver vinculado a algum escritório);

3.3. Uma ou mais cartas de recomendação, subscritas por profissionais com supervisão direta sobre o candidato; e

3.4. Documentos que comprovem os requisitos mencionados nos itens 2.1, 2.2 e 2.3 acima.

A documentação acima descrita deverá ser encaminhada ao endereço eletrônico ri@oab.org.br com cópia ao oab.international@gmail.com, no período compreendido entre 12 e 30 de junho de 2017, com o seguinte título: “Seleção DCCOM. Nome do candidato.”

4. Do processo de Pré-seleção

O Conselho Federal da OAB fará uma pré-seleção dos candidatos, de acordo com os critérios mencionados, e indicará à DCCOM os nomes dos candidatos pré-selecionados, encaminhando seus respectivos documentos de candidatura. Essa pré-seleção não significa aceitação do candidato ao estágio pela DCCOM e de nenhuma forma restringirá a DCCOM na sua escolha final do participante ao estágio.

Na segunda etapa, a Divisão de Contenciosos Comerciais analisará a documentação dos candidatos pré-selecionados pela OAB. A análise levará em conta, entre outros, a eventual especialização do candidato em área de interesse da DCCOM e a busca por especialistas em diferentes áreas de atuação. Será realizada entrevista, por telefone ou outro meio disponível, dos candidatos desta etapa. 

Na etapa final, a DCCOM escolherá dois candidatos ao estágio. Os candidatos serão informados, via e-mail, de sua seleção. Na oportunidade, serão enviados aos candidatos selecionados a “Declaração de aceitação das regras do programa de estágio da DCCOM”, o “Termo de confidencialidade” e o “Termo de compromisso” para assinatura e devolução à DCCOM. Os candidatos escolhidos deverão encaminhar mensagem confirmando sua participação no programa.

Os candidatos que não forem selecionados serão informados, por e-mail, na data provável de 28 de julho de 2017.

5. Informações gerais

5.1. Período do estágio: 4 de setembro a 1º de dezembro de 2017, Brasília/DF, segunda-feira a sexta-feira. 

5.2. Horário: de 9h às 13h e de 15h às 19h;

5.3. Local: Divisão de Contenciosos Comerciais do Ministério das Relações Exteriores, localizada em Brasília/DF;

5.4. Vagas: duas

5.5 Maiores informações: 61 2193.9623, ri@oab.org.br.

Fonte: OAB Conselho Federal

OAB vai ao TRF-4 para garantir uso de celular por advogado em sala de audiência

Brasília – A OAB Nacional ingressou em uma causa no Tribunal Federal da 4ª Região (TRF-4) contrária à negativa de entrada de um advogado com telefone celular em sala de audiência. O pleito nasceu na OAB-PR, que requereu a reconsideração da proibição, mas foi indeferida. Diante da negativa, o presidente da OAB Nacional, Claudio Lamachia, esteve em audiência na segunda-feira (5) com o desembargador federal João Pedro Gebran Neto. 

Para Lamachia, as prerrogativas profissionais da advocacia não se confundem com privilégios, mas sim mecanismos de defesa dos direitos do cidadão. “Obstar o uso do celular por parte do advogado quando da realização de audiência acarreta na incomunicabilidade do profissional e o impede de exercer corretamente sua função, que é essencial à Justiça. A medida impede o acesso a autos eletrônicos, consultas de jurisprudência e outras atividades inerentes à sua atividade profissional”, enumera.

Cassio Telles, vice-presidente da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia da OAB, lembra que os advogados comparecem às salas de audiência a trabalho, com os mesmos ideais dos demais agentes processuais: realizar Justiça. “Num ambiente de processo eletrônico, doutrinas e jurisprudências digitais, comunicações instantâneas, celulares multifuncionais, impedir o advogado de utilizar esse instrumento de trabalho, até mesmo para gravar as audiências, direito que é assegurado pela lei, sem dúvida alguma é impor à advocacia um tratamento discriminatório, humilhante e impeditivo do livre e pleno exercício profissional. Jamais aceitaremos isso”, alerta.

Para o procurador nacional da OAB de Defesa das Prerrogativas, Charles Dias, a medida imposta pelo juiz federal viola a garantia de comunicabilidade dos advogados. “A decisão de proibir que um advogado adentre uma sala de audiências usando seu celular limita sua atuação e cerceia a defesa do acusado no processo penal. Os aparelhos celulares são instrumentos de trabalho dos advogados”, aponta.

Fonte: OAB Conselho Federal

Em tom duro, Cármen Lúcia critica dados precários dos tribunais

Em reunião com presidentes de Tribunais, a ministra Cármen Cármen Lúcia cobra 
informações precisas e critica dados precários fornecidos por 
órgãos do judiciário. FOTO: Gláucio Dettmar/Agência CNJ

Com um inesperado e veemente tom de cobrança, a presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal de Justiça (STF), ministra Cármen Lúcia, reuniu-se nesta sexta-feira (9/6) em Brasília com presidentes dos Tribunais de Justiça para tratar de providências necessárias para melhoria da prestação da justiça nos Estados. Falando com ênfase, a ministra abriu o encontro afirmando que o Brasil precisa de “clareza e certeza” em relação aos dados fornecidos pelos tribunais, e reclamou de erros em dados repassados pelos tribunais ao Conselho. Cármen Lúcia adiantou que baixará portaria tornando obrigatório o envio de todas as movimentações processuais dos tribunais ao CNJ.

“Preciso das respostas dos senhores. Tenho pedido desde a primeira reunião que esses dados sejam fornecidos de forma correta e transparente, como manda a Constituição e a Lei de Acesso à Informação. E nenhum de nós tem dúvida de que o Brasil mudou, o cidadão mudou e está com raiva”, afirmou a ministra, citando os problemas com os dados precários  encaminhados pelos tribunais e utilizados pelo CNJ para todo diagnóstico do Poder Judiciário.

Durante o encontro, a presidente adiantou que tornará obrigatória a participação dos tribunais no chamado ‘Selo Justiça em Números’, que reconhece as unidades que investem na gestão da informação concedido anualmente aos tribunais. Ela reforçou que é preciso que as informações sejam bem especificadas, com o número de processos novos, julgados e pendentes, além de informações sobre presos e juízes. 

Transparência  

A ministra também solicitou aos presidentes dos Tribunais que informem, até a próxima terça-feira (dia 13), quantos magistrados estão de licença e por quais motivos. A presidência do CNJ quer saber quantos desses magistrados estão no país e quantos estão no exterior. Deverá ser esclarecido o motivo dessas licenças (se para tratamento de saúde ou para interesse próprio) e o nome do responsável pela liberação do magistrado, assim como o número total de comarcas existentes e de comarcas vagas. 

Cármen Lúcia deu um exemplo: “Dos 27 tribunais estaduais, sete tribunais não mandaram dados referentes à realização de júri. Com essas faltas, não conseguimos fazer a média nacional. Sem isso, não é possível que o Brasil tenha acesso à informação correta. Alguns não me deram nem retorno, para dizer o que houve”, protestou a ministra, em tom indignado, lembrando durante a reunião que o resultado do levantamento será repassado à imprensa. “A ampla divulgação irá permitir à população brasileira maior conhecimento sobre a situação do Judiciário”, disse.

“Temos um compromisso com a transparência. Não podemos ter tribunais que não prestam contas” reforçou a presidente do CNJ e do STF. “Os dados precisam ser repassados e de forma correta. E vamos divulgar agora. Mas, por favor, vamos divulgar certo”, conclamou Cármen Lúcia. 

Violência contra a Mulher  

A ministra contou aos presidentes dos Tribunais de Justiça que os coordenadores de Violência Doméstica dos Tribunais Estaduais vêm reclamando do pouco suporte que recebem para as ações de combate à violência. Ela pediu o apoio dos presidentes, para que tratem com mais atenção o tema. “Reconheço que é trabalhoso, que é uma área que necessita de profissionais multidisciplinares, mas essa questão precisa de um olhar mais humano. E esse problema tem sido tratado apenas como papel”, criticou. 

Cármen Lúcia, que transformou o combate à violência doméstica em Política Nacional Judiciária, elogiou a Lei Maria da Penha — “uma das melhores legislações do mundo” —,  mas reclamou que a lei não tem sido cumprida devidamente.

Cármen Lúcia  cobra dados sobre o número de magistrados licenciados ,
 no encontro com Tribunais. FOTO:Gláucio Dettmar?Agência CNJ    

Choque de Justiça  

A ministra voltou a agradecer aos juízes pelo esforço concentrado dos tribunais por meio do projeto "Choque de Justiça" que, coordenado pelo CNJ, analisou cerca de 150 mil processos judiciais relativos a presos provisórios, entre janeiro e abril desse ano. Desse número, 65% dos acusados foram condenados, 8% absolvidos e 27% das ações tiveram outras decisões. “É um número muito significativo”, elogiou.

Ela aproveitou para adiantar que a até abril de 2018 pretende criar os primeiros projetos-piloto das chamadas APACs juvenis, em Itaúna (MG), para meninos, e Fortaleza (CE), para meninas. 

BNMP

Cármen Lúcia  também adiantou que o Banco de Mandados de Prisão (BNMP) está em fase de aperfeiçoamento e que esse novo projeto permitirá melhor monitoramento do preso, uma vez que não diz respeito apenas à expedição do mandado, mas ao cumprimento dele (o recolhimento da pessoa a prisão) e às solturas. A ideia é construir um cadastro nacional de presos que produza estatísticas seguras e possibilite a criação de mecanismos de monitoramento dessas prisões. 

Repercussão geral

A ministra Cármen Lúcia informou, ainda, aos magistrados que os últimos julgamentos de recursos com repercussão geral reconhecida no STF liberaram mais de 300 mil processos que estavam sobrestados nas instâncias inferiores. “Irei pautar os recursos que tiverem mais repercussão para os tribunais”, anunciou. Ela citou o caso do Recurso Extraordinário (RE) 612707, que trata da possibilidade de precedência, ou não, de pagamento de precatório não alimentar sobre precatório de natureza alimentar ainda não executados.

Segundo ela, foi criado um grupo de trabalho no CNJ para saber como cada Estado determina a ordem de pagamento dos precatórios. A previsão é que o julgamento do RE 612707 seja retomado até o final deste mês. No último dia 24 de maio, um pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes adiou a análise do recurso.

Durante o encontro, representantes do Departamento de Tecnologia da Informação (DTI-CNJ) também puderam detalhar aos presidentes dos tribunais o funcionamento do Modelo Nacional de Interoperabilidade (MNI) e do Escritório Digital.  

Regina Bandeira

Fonte: Agência CNJ de Notícias

Corregedoria abre inscrições para workshop sobre infância em Belém

Melhorias em cadastros visa dar agilidade a processos 
de adoção. FOTO: Luiz Silveira/Agência CNJ

Já estão abertas as inscrições para o workshop Um debate sobre a Proteção Integral da Infância e da Juventude, que será realizado em Belém​ (PA)​, nos ​próximos ​dias 19 e 20 de junho. O workshop, idealizado pela Corregedoria Nacional de Justiça, tem o objetivo de reformular o Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e o Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas (CNCA) mantidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O evento ​está sendo realizado em cinco cidades​ brasileiras com a participação de juízes, promotores e demais usuários dos cadastros​​ com a finalidade de que seja construída uma ferramenta mais segura e transparente para os processos de adoção.

​O primeiro encontro ocorreu em Maceió, nos dias 19 e 20 de abril, durante o XX Fórum Nacional da Justiça Juvenil (Fonajuv). O segundo foi realizado no Rio de Janeiro, nos dias 25 e 26 de maio, como parte do III Encontro Nacional da Justiça Protetiva. Em Belém, acontece o terceiro workshop​, aberto à participação de magistrados, membros do Ministério Público e das Defensorias, servidores das instituições judiciais que atuam com o tema, além de estudantes e profissionais de áreas diversas, como Assistência Social e Psicologia, em razão da multisetorialidade do tema​. Os dois últimos eventos ocorrem em Curitiba/PR e Brasília/DF, ambos em agosto.

​"Este é um momento emblemático para podermos debater em nossa região Norte sobre esse tema importante da proteção integral da infância e da juventude. Além dos magistrados, estarão aqui reunidos os servidores que atuam com essa questão, permitindo inclusive um compartilhamento de boas práticas já desenvolvidas na região", destaca a desembargadora do Trabalho Zuíla Dutra, que integra a Comissão da Infância do CNJ e coordena localmente o evento.

​Serão emitidos certificados pelo CNJ. ​As inscrições estão abertas e podem ser feitas aqui.

A programação pode ser acessada aqui.

Mais informações: (91) 4008-7278/7280

Fonte: Corregedoria Nacional de Justiça com informações do TRT 8ª Região

Justiça Restaurativa: curso forma guarda municipal de Ponta Grossa

Por dois dias, equipe de segurança estuda solução de 
conflito pacífica e focada em diálogo (Divulgação/TJPR)

O Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania (Cejusc) iniciou, no último dia 29, a capacitação dos guardas municipais de Ponta Grossa (PR) sobre Justiça Restaurativa. Com duração de dois dias, o curso ocorre no Sindicato dos Metalúrgicos e conta com participação de 20 servidores. O encontro foi organizado pelo Instituto Mundo Melhor (IMM) em parceria com a Secretaria Municipal de Cidadania e Segurança Pública (SMCSP).

A Justiça Restaurativa promove a pacificação em conflitos por meio do diálogo entre vítima, a outra parte e pessoas próximas aos envolvidos. Esta é uma forma inovadora de trabalhar a sociedade em um conceito diferente de Justiça.

Para o comandante da Ronda Municipal (ROMU), Anderson Machado, as práticas restaurativas contribuem para a qualificação das equipes e para a prevenção de delitos maiores. “Durante o curso, pudemos perceber que a Justiça Restaurativa traz uma abordagem diferenciada para a guarda municipal em comparação com outras forças de segurança, pois funciona na resolução dos casos e na prevenção de outros delitos”, finaliza.

“Vamos fazer esses cursos para atender todos os guardas da cidade”, afirma a coordenadora adjunta da Comissão de Justiça Restaurativa do Tribunal de Justiça do Paraná (CJR) em Ponta Grossa, Laryssa Angélica Copack Muniz.

“Esse curso é um início de um processo de mudança de atuar da guarda, que tende a ficar mais próxima da comunidade”, ressalta a juíza.    

Segundo a juíza Jurema Gomes, também integrante do CJR, a implantação da Justiça Restaurativa na guarda municipal busca proporcionar um melhor atendimento à sociedade. “A Guarda terá ferramentas novas e mais humanizadas para atender a população, agilizando o atendimento. Há problemas que não precisam ser levados ao delegado ou juiz e podem ser resolvidos entre as partes. Os guardas podem atuar neste sentido”, explica.

Para o secretário municipal de Cidadania e Segurança Pública, Ary Lovato, a parceria com o IMM e a formação são importantes para o órgão. “Essa parceria na formação da guarda municipal, que realiza um policiamento de proximidade com a sociedade, é fundamental”, afirma.

Fonte: TJPR

De navio, juízes federais julgam 1.6 mil processos na Ilha de Marajó

Tripulação do navio da primeira Itinerância Cooperativa 
Fluvial da Amazônia. Foto: Marinha do Brasil

Após 13 dias percorrendo a região da Ilha do Marajó, a equipe da Justiça Federal da Primeira Região, formada por magistrados e servidores das Seções Judiciárias do Amapá e do Pará, encerrou a primeira Itinerância Cooperativa Fluvial da Amazônia ao desembarcar na cidade de Santana (PA). Ao longo da expedição, realizada a bordo do Navio Auxiliar Pará da Marinha do Brasil, foram julgados 1.660 processos pelos juízes federais Carina Senna, Lívia Cristina Peres, Airton Portela, Paulo Máximo e Alcioni Alvim.

Além disso, foram 2.433 atendimentos realizados pela equipe do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), 507 atendimentos realizados pelo Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) e 10.000 atendimentos médicos e odontológicos realizados pela equipe de saúde da Marinha, que também realizou ações de prevenção à saúde.

Ao final da itinerância, ação pioneira na região, a juíza federal Carina Senna, coordenadora dos Juizados Especiais Federais do Pará e uma das idealizadoras do projeto, destaca que o trabalho alcançou a parcela mais carente dos jurisdicionados das seções judiciárias do Pará e Amapá que, pela primeira vez, teve acesso efetivo à Justiça Federal e ao direito fundamental à previdência e assistência social. “Foi muito gratificante e enriquecedor profissionalmente integrar a equipe de trabalho do itinerante. Todos se empenharam para atender aos jurisdicionados da melhor forma possível. Muitas vezes não concedendo aquilo que vieram buscar, porque não tinham direito ao pleito, mas sempre procurando assegurar o mais amplo acesso ao Poder Judiciário. A Justiça Federal se fez presente na Ilha do Marajó e espero que no próximo ano possamos retornar para dar continuidade ao atendimento à população marajoara”, afirmou a juíza.

Esse é o mesmo sentimento de quem foi atendido pelo mutirão nos seis municípios marajoaras percorridos pela equipe: Soure, Muaná, Curralinho, Breves, Portel e Afuá. Marília Tavares é representante da Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó (Amam) e relata que a chegada da Itinerância foi muito importante para os moradores da região. “Foi muito positivo por conta da presença da Justiça Federal no arquipélago do Marajó, pois tem pessoas que para ter acesso a esses serviços precisam viajar muito. Por exemplo, aqui de Afuá para chegar até Belém ou Macapá são horas de barco e nem sempre todo mundo tem recurso financeiro para ir até esses lugares. Então, pra mim, que sou marajoara e percorro essa região, foi uma iniciativa muito positiva e o início de uma grande parceria daqui pra frente com os municípios do Marajó”, ressaltou.

Além da promoção da cidadania e do acesso à Justiça Federal e dos serviços de saúde levados pelo Navio Auxiliar Pará, os mais de 1.600 processos julgados, entre ações previdenciárias e assistenciais, representaram um incremento de renda na região de mais de 1,5 milhão de reais. Esses são alguns dos aspectos destacados pela juíza federal da Seccional do Amapá, Lívia Cristina Peres, que também foi uma das idealizadoras da Itinerância Fluvial Cooperativa. “A Itinerância que finda tem alcance social de relevo pelos serviços disponibilizados e pela condição de desproteção estatal vivenciada pelos destinatários da ação. Sob outros aspectos, o formato assumido deu concretude à diretriz cooperativa entre órgãos do Poder Judiciário, pois em alguns momentos, judicando num mesmo espaço estavam a magistratura federal, a estadual e a trabalhista, bem como aos princípios que norteiam os feitos de competência dos juizados especiais, pois o julgamento das ações ocorria no dia da propositura, sem desprezar o contraditório e a ampla defesa, direitos titularizados pelo réu INSS”, avaliou a magistrada.

A Itinerância da Amazônia é uma ação pioneira da Primeira Região, pois a Ilha do Marajó já recebeu mutirões de atendimento, mas nunca com esse formato cooperativo e fluvial, que possibilitou o atendimento de diversos municípios. A iniciativa é fruto de parceria da Justiça Federal dos estados do Pará e do Amapá (vinculada ao TRF 1ª Região) e da Marinha do Brasil, por meio do 4º Distrito Naval de Belém/PA. A ação busca responder à necessidade de levar atendimento dos Juizados Federais às populações ribeirinhas carentes de Marajó/PA. A atividade contou, ainda, com participação de outros entes públicos: o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), o Tribunal Regional do Trabalho 8ª Região, o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Estado do Pará, a Defensoria Pública do Estado do Pará, a Procuradoria Federal e a Associação dos Municípios do Marajó.

Fonte: TRF1

Nas favelas, mulheres sofrem silenciosamente violência doméstica

Complexo do Alemão: ausência da justiça e mulheres submetidas
 à violência doméstica: FOTO:Luiz Silveira/ Agência CNJ.

As falhas do sistema de Justiça e de segurança na assistência à população em favelas agrava a situação das mulheres vítimas de violência. 

Mesmo em comunidades onde o tráfico de drogas não chegou e contam com a presença das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), como no Rio de Janeiro,  poucas são as mulheres em situação de vulnerabilidade social e econômica que recorrem às instituições do estado diante da violência familiar.

Um dos motivos está justamente na falta de segurança. Elas se tornam mais vulneráveis. Segundo a juíza Adriana Ramos – presidente do Fórum de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero da Escola da Magistratura do Rio de Janeiro (EMERJ) –, quando vizinhos ou a própria mulher denunciam um episódio de violência à polícia ou à Justiça, muitas vezes ela precisa mudar de comunidade.

“A situação passa a ser um problema para o estado paralelo que existe ali, uma situação de risco; o agressor se torna persona non grata”, diz Adriana Ramos. Não há dados oficiais sobre número de casos ocorridos em favelas ou como eles se desdobram, mas integrantes do sistema de Justiça reconhecem que faltam políticas públicas voltadas à garantia dos direitos fundamentais das mulheres nessas situações. 

Inicialmente, as UPPs foram um marco nesse sentido, no Rio de Janeiro, ajudando a coibir a violência doméstica nas comunidades onde foram instaladas. Mas a lua de mel acabou rápido. A partir de 2013, segundo dados da Segurança Pública do Rio, os homicídios voltaram a crescer.

“No começo, tivemos muitas prisões em flagrante porque as mulheres se sentiam seguras para fazer suas denúncias. Infelizmente, depois sentimos que o poder paralelo retomou esses espaços e as mulheres voltaram a estar isoladas e vulneráveis”, diz a juíza. 


Violência e tráfico

Para tentar se proteger da violência, um caminho percorrido por algumas mulheres foi recorrer ao próprio tráfico. A solução, nesse tipo de caso, não envolve restauração ou recuperação nas relações. “O resultado é mais violência; esse agressor será ameaçado ou punido, e essa mulher vai sentir medo de que tudo se volte contra ela”, explica Shirley Villela, coordenadora da Casa das Mulheres da Favela da Maré, comunidade com mais de 130 mil pessoas, no Rio de Janeiro. A inexistência do Estado nas comunidades carentes expõe as mulheres a vários tipos de crimes – entre eles, a morte. 

No Brasil, cerca de 13 mulheres são assassinadas por dia em situação de violência familiar, segundo o Mapa da Violência/2015. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio da Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, determinou a todos os Tribunais de Justiça que criassem unidades judiciárias especializadas nos casos de violência doméstica. 

CNJ

Atualmente, há 115 varas especializadas nesse assunto, espalhadas por 85 cidades brasileiras; ou seja, 1,45% dos 5.570 municípios. O número, no entanto, é bem aquém à necessidade do país; apenas de processos relativos à violência doméstica, tramitam na Justiça brasileira mais de 1 milhão. Durante reunião com juízes da área de violência doméstica, a presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, defendeu um esforço dos juízes no enfrentamento do problema, além de criação de mais varas especializadas. 

“Entendo que por demandarem profissionais multidisciplinares [sua criação] é mais complicada, mas isso não pode ser empecilho para aprofundarmos esse trabalho. Precisamos de juízes e servidores com um perfil específico para lidar com esse tema. Um juiz é como um ativista pela paz e deve agir para pacificar a comunidade. Atualmente, muitos não estão preparados e atuam com preconceito contra a própria vítima, a mulher”, disse a ministra Cármen Lucia. 

Na avaliação da delegada-chefe Sandra Gomes, da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), apenas uma atuação em rede, que conte com a ajuda de vários órgãos do estado, pode reverter o quadro de vulnerabilidade extrema a que esse público está suscetível.

“São muitas as violências pelas quais elas passam e o Estado falta em várias frentes. Nosso dever é integrar as ações para que essa mulher não desista de denunciar a violência, seja por medo, por não reconhecimento ou desconhecimento das portas de acesso”, defende ela. 

Reviver

Vítima de violência doméstica por 34 anos, a porta encontrada por Ana Maria foi a da Casa da Mulher Brasileira (AMB). Sem nenhuma qualificação profissional ou dinheiro para contratar advogados, lá ela obteve apoio jurídico, psicológico e profissional. Sem esse respaldo, diz, não teria conseguido. “Enquanto o processo judicial corria, morava de favor na casa de pessoas que sabiam da minha situação e se comoviam. Agora, depois da decisão da Justiça, voltei a morar na minha casa e ele, que nunca me deixou trabalhar, nem estudar, teve de sair da casa. Estou aprendendo a viver novamente”, conta. 

A Política Nacional de Combate à Violência contra a Mulher, criada pelo CNJ, propõe que entidades públicas e não governamentais devam ser convidadas a participar das iniciativas dos órgãos de Justiça por meio de parcerias. O estímulo deverá ocorrer principalmente nas áreas de segurança pública, assistência social, educação e trabalho. No caso de Ana e de muitas outras mulheres, foram as ajudas psicossociais, os cursos gratuitos e a posterior autonomia econômica que contribuíram para reverter histórias de dor, perdas e humilhações. 

Regina Bandeira

Fonte: Agência CNJ de Notícias

Audiência de custódia chega em três meses ao interior fluminense

Benfica, Campos do Goytacazes e Volta Redonda terão 
centros para receber presos (Luiz Silveira/Agência CNJ)

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) levará a audiência de custódia para todo o estado. Nos próximos três meses, serão instaladas unidades no bairro de Benfica (capital) e nas cidades de Campos do Goytacazes (interior) e Volta Redonda, no Sul Fluminense. Para o presidente do TJRJ, desembargador Milton Fernandes de Souza, a medida evita prisões desnecessárias.

“A iniciativa tem como consequência a diminuição da população carcerária. Evita a circulação do preso do interior para a capital, o que gera menos despesas com o trajeto e menos riscos. A tendência é o número de presos diminuir porque estamos estendendo o projeto para todo estado. Mas o foco é dar benefício ao apenado que tem direito e no tempo certo”, destaca o magistrado.

O juiz titular da Vara de Execuções Penais (Vep), Rafael Estrela, destacou que a unidade de Benfica, ao lado do presídio, será para as prisões em flagrante na capital, Niterói, São Gonçalo e Baixada Fluminense; Campos dos Goytacazes vai abranger o Norte e Nordeste do estado; e Volta Redonda, todo o Sul. O magistrado explica a importância da digitalização para acelerar o fluxo do andamento processual.

“O maior desejo é que os benefícios ocorram na maneira certa, sem atrasos. O juiz leva em média três dias para despachar e com a informatização do sistema ele consegue analisar o requerimento do preso no tempo certo. O processo terá um trâmite mais rápido. O magistrado poderá despachar no final de semana e feriado da própria casa”, acrescenta o juiz.

Fonte: TJRJ